segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Dia da Árvore! 21 de setembro! Vamos Oxigenar o Planeta!



"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes."
                                                  Albert Schweitzer


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

16 de Setembro de 2015 ! Aniversário de Raquel Machado Lopes de Sá Brito...

             Hoje é um dia muito especial para a querida amiga,Raquel Machado Lopes De Sá Brito,ela que é escritora,membro de diversas academias, que escreveu obras tão ricas em amor e sensibilidade, tais como:"Sinfonia da Vida", "O Hino do Repouso", "O Poder do Tempo", "Ramagens do Desafio", "Reiki para a Plenitude da Vida". Ela que segue o seu dia acompanhada de muitas manifestações de carinho pelas boas sementes que ela sempre segue a semear!!! Afirmamos hoje para ela que a sua chegada é bem em sintonia com a chegada da primavera. nesse período em que as temperaturas esquentam no Piauí, para constratar Teresina fica toda colorida carregada de cores dos ipês que enfeitam a nossa primavera. Quero reafirmar que como a primavera você também tem o dom de reflorir os caminhos dos familiares e amigos.De que maneira? com a sua alma poética você sabe muito bem conjugar em forma de atitudes muitos verbos, destaco:integrar,unir e amar. Quantos dons,amiga,querida! Aqui estamos para te dizer,que para o teu coração,te desejamos: Saúde...Amor...e para os teus dias: Amigos e a continuidade dessa mania linda de ter fé na vida e no Ser Humano!!!E para os amigos de Raquel de todos os cantos deixamos um convite,:somemos nossas preces de gratidão à Deus pela vida da aniversariante e sua caminhada de bons exemplos!!!!Bjs no teu coração.

Por: Maryneves Saraiva



Videos da noite celebrativa em Fortaleza-Ce:






   
Por: Raquel Machado Lopes de Sá Brito:

Foi fantástica a comemoração dos meus 76 anos no salão de festas do elegante prédio da nossa querida amiga Eveline Vasconcelos, que se esmerou como anfitriã na organização da noite, contando com a dedicação e cumplicidade das companheiras e companheiros do Grupo da Paz.
Com muito entusiasmo e criação artística estas filhas e filhos de coração fizeram uma apresentação artística da minha coroação como Rainha Mãe.
Senti de maneira comovente o carinho e reconhecimento de cada Pessoa que a Divina Providência colocou no meu caminho como flores a serem regadas com meu amor.
Foram apresentados os personagens daquele núcleo "Realeza" e foram feitas as saudações à Sua Majestade.
A emoção culminou na minha alma com a presença do meu irmão Marcelo que veio de Belo Horizonte e da amiga Maryneves Area Leão, vindo de Teresina, minha terra natal.
Minha gratidão e carinho a todos estes amores da minha vida.

Artigo: CONSTERNAÇÃO. DECEPÇÕES. E ALEGRES DATAS QUE FORAM COMEMORADAS


               
                O mês de agosto terminou e no transcorrer do mesmo, fatos, acontecimentos e fortes lembranças que aturdiram nossa mente, trazendo um misto de sofrimento, consternação e alegria em alguns momentos de felicidade amenizando o horizonte nebuloso sofrido.O mês teve início com o aniversário, no dia 2, da criança traquinas de 80 anos, que marcou um forte acontecimento social na capital das acácias, minha linda João Pessoa, com uma festividade marcante a altura do merecimento do anfitrião. Este jovem de 80 primaveras é um bom amigo de anos atrás, que juntos chegamos a João Pessoa no segundo semestre de 1956 do século passado, ele vindo de Fortaleza e eu de Crateús, para sermos promovidos a 3º Sargento, vagas existentes no efetivo dos Órgãos de Comando do 1º Grupamento de Engenharia. Era o início de nossa mocidade. E assim preenchemos as vagas que nos foram destinadas. O personagem a que me refiro chama-se Otacílio Coelho Pires, que tem uma história de vida digna de aplausos. Em João Pessoa, o jovem Otacílio, sem nunca ter frequentado uma Academia de dança, deu um banho de autêntico dançarino, com o charme e a elegância do malandro moderno. Aprendeu nas noitadas alegres da Capital Alencarina, sobretudo, na Boate Fascinação, a sua preferida. Aqui deixo o nosso abraço fraternal ao dileto amigo e sua digna família.No dia 3 foi o aniversário de Antônio Luiz e Olavia Barreiros, colaboradores do Laboratório Lobo D’Almada, onde a data foi festivamente comemorada em união fraterna com todos que integram o conceituado Órgão. No dia 5 foi o aniversário de minha consorte e sócia do Laboratório, Professora Dra. Maria das Neves Madruga Saraiva, que teve uma dupla comemoração, primeiro no dito Órgão de Saúde a que integra e depois num almoço familiar em casa. Foi um acontecimento social comemorado em seu melhor estilo e a altura do merecimento da Professora Nevinha, que, aos 67 anos, recebeu os aplausos carinhosos da família, de amigos, ex-alunos e da comunidade Boa Vistense, a quem prestou inestimáveis serviços por muitos anos, com zelo e dedicação. No dia 6 foi uma data de consternação doída, que fez lembrar o lançamento da bomba atômica em Hiroshima e no dia 9 outra em Nagasaki, que bombardearam de miséria os moradores daquelas cidades, que, após 70 anos, aquela gente ainda sofre o pesadelo das consequências danosas que a terrível catástrofe deixou como herança insidiosa para aquela geração. Nesta mesma data foi comemorado o Dia dos Pais, a que fui agraciado com uma festividade superna no seio da família, pela comunidade de Boa Vista e pelos integrantes da Rede Social: Família do Facebook, do WHATSAPP e do E-mail, dos quais recebi manifestações calorosas de amizade e cordialidade, que me deixaram feliz, no que agradeço de coração. No dia 11 foi o aniversário natalício do Dr.Cardoso, titular do Laboratório Pasteur, que no transcorrer de seus 40 anos de profissionalismo, tem prestado um ótimo serviço de saúde a comunidade a que serve, a quem enviamos nossas congratulações, formulando votos de felicidades, muitos anos de vida e grandes realizações futuras.
 No decorrer do mês que ora finda muita miséria aconteceu em nosso País. Uma inflação galopante aturdindo a mente de todos. Os salários defasados em contraste com a elevação dos custos de um modo geral. O desemprego atingiu o patamar mais alarmante dos últimos tempos. Uma roubalheira infernal sucateando nossa soberana Nação e o povo, como sempre, sendo a vítima sem dó desse descalabro. Uma carga tributária impiedosa e ainda estão querendo empurrar de goela abaixo de uma comunidade arquejando, a famigerada volta da CPMF, como um golpe de misericórdia nocauteando nossa gente indefesa, digna de compaixão. A Saúde Pública está calamitosa, com gente morrendo no chão frio dos Hospitais e Casas de Saúde. A Segurança Pública vencida pela marginalidade, armada até o gogó com artefatos bélicos de tecnologia moderna. Acordo cedo e acompanho o noticiário televisivo da Bandeirante, Record, SBT e Rede Globo e é de fazer pena as cenas animalescas de chacinas que ocorrem em todo o País, com inúmeras famílias sofrendo a morte de entes queridos que se foram, jovens, crianças, adultos e idosos que perderam a vida cruelmente e sem saberem o motivo desses atos tão nefandos, a semelhança do que ocorreu recentemente na grande São Paulo, onde 19 pessoas perderam a vida e até aqui não se sabe quem foram os sanguinários desumanos. Outra chacina recente tirou a vida de 34 pessoas, em 72 horas, na cidade de Manaus e os culpados ainda estão no anonimato, que pena! O Brasil está na trajetória de uma recessão impiedosa e degradante. A energia elétrica está com o preço astronômico, com a falta de luz que ocorre a todo instante na maior parte do País. Racionamento e até mesmo a falta de água ocorre rotineiramente em algumas regiões do País, gerando sofrimento e desconforto para uma gente que não sabe mais o que fazer. Os meios de comunicação são deficitários a toda prova, com a telefonia e a internet que funcionam em horário que não se pode prever. Os Planos de Saúde são, na maioria, deficitários, e quando se carece de um tratamento de urgência para outro Estado, são impostos obstáculos terríveis e inacessíveis para quem patrocina o Plano. São greves eclodindo em todo o País, paralisando a cultura, a saúde pública, a Previdência Social e muitos outros Órgãos, que exigem direitos que lhe são  negados. A bandidagem tomou conta do País, porque a justiça é morosa e as leis penais anacrônicas, que não penalizam a altura quem comete o delito, deixando manietadas autoridades judiciais na hora de proceder o julgamento. O cidadão sai para trabalhar e não sabe se volta para o seio da família, porque não há nenhuma segurança pública que o proteja. A classe mais penalizada no meu País são as pessoas de idade avançada, que são atacadas de forma covarde nas vias públicas pelos criminosos, que vivem na espreita para praticar o delito e pelos marginais golpistas plantados como clientes no interior dos Bancos. Quando o ancião saca seus vencimentos, é atacado pelos bandidos na primeira esquina logo que deixa o interior do Banco onde fez o saque. As crianças são outras vítimas indefesas de pedófilos infames e cruéis e a incidência desses trogloditas vem aumentando consideravelmente em todo o País e eles não têm nenhum receio na prática da atrocidade. No dia 25 do corrente foi comemorado o dia do soldado, data que foi festejada em todos os Quarteis de nossa Pátria, com denodo e patriotismo e com a chama vibrante de eternos vigilantes, que um dia prestaram o fiel juramento de defendê-la  com o sacrifício da própria vida, se necessário for!
                No dia 28 foi o enlace matrimonial de meu dileto filho Carlos Eduardo Saraiva e sua consorte Anny Linhares Morais, numa solenidade de humildade e singeleza, como era da preferência e do agrado dos dois, contando, apenas, com pessoas da família e alguns amigos do relacionamento de ambos, para quem enviamos nossos votos de felicidade na nova vida que iniciam, sob as bênçãos do Pai Eterno, para a honra e glória do Senhor Jesus. Parabéns e que Deus os abençoe em todos os projetos de sua trajetória nos horizontes verdejantes da vida que prossegue. No dia 29 foi a data de meu aniversário natalício, com a proteção do Pai Eterno me concedendo 78 anos de existência como um lídimo vencedor em tudo o que realizei em meu viver. O dia foi contemplado, incialmente, com a sublime homenagem que me foi prestada pelo Dr. Francisco Almeida, uma cultura Piauiense de primeira grandeza, que descreveu a trajetória de minha existência com uma Síntese Biográfica na poemática dinâmica do cordel em um estilo de muito brilhantismo digna das melhores referências elogiosas, que será publicada brevemente na revista mensal De Repente, editada em Teresina – Piauí. Uma homenagem que me deixou deveras feliz, no que agradeço de coração. O nosso fraternal abraço ao inestimável conterrâneo, a quem tenho a primazia de ser seu amigo. Outra homenagem que me deixou enaltecido foi a que me prestou o inestimável amigo Empresário Professor Dr. Getúlio Cruz, proprietário do conceituado Jornal a Folha de Boa Vista, de maior divulgação e circulação de nosso Estado, que através da dinâmica Jornalista Raissa Carvalho, me prestou uma homenagem singular a toda prova, na edição do dia 29 do mês corrente. Agradeço de coração ao amigo Dr. Getúlio Cruz por tão bela página de honradez prestada a minha pessoa.
                Na data de 29 recebi as mais belas manifestações de apreço e carinho. Inicialmente, de minha querida esposa Maria das Neves Madruga Saraiva, que dedicou absoluto desvelo dedicado a minha pessoa. Um lauto almoço, que reuniu a família, alguns amigos e os colaboradores do Laboratório Lobo D’Almada, com uma preparação predileta do Capote com Arroz, comida típica do meu Piauí, entre outras iguarias, deixando a todos contentes e satisfeitos. A primeira homenagem por telefone foi da querida filha primogênita Alecsandra Verônica Saraiva, residente em Natal-RN com o esposo Valdinei e os filhos, meus queridos netos, Hanna, Hadyja e Huan. De Mossoró veio a mensagem telefônica da filha Ariadna, do esposo Cleber e os filhos, meus queridos netos, André Luís, Ana Luísa, Alice e Amanda. De Boa Vista foi a mensagem carinhosa da filha Adriana, do esposo João e os filhos, meus queridos netos, Matheus, Lucas e Marcos. Mensagem afetuosa do querido filho Carlos Eduardo e da esposa Anny Linhares. Mensagem prestimosa da Associação Comercial e Industrial de Roraima, da qual sou Diretor, do Presidente João Mene, do Vice Presidente Joaquim Santiago, Antônio Carmelo, Paulo, da amiga Olga Pereira e de toda Diretoria que amamos de coração. Aqui deixamos a todos a nossa mais afetuosa gratidão. O meu aniversário foi festivamente comemorado e recebi congratulações de várias regiões do País. De Teresina, do amigo irmão Osvaldo Campos. Dos queridos sobrinhos Lhoana Costa. Anna Carolyne Brito. Maryneves. Edilane. Ticiana. Joana Dack. Evandro Gomes. Brenda Bandeira. Dos amigos Francisco Almeida. Da Funcor do amigo Pedro Costa. Altevir Esteves. Maria de Jesus Lima. Socorro Carvalho. De Alto Longá, dos queridos amigos e conterrâneos Miramar Feitosa. Maria Ivandete. Isolete Vieira. Mayara Ibiapina. Lúcia de Fátima. Edvaldo Vilanova. De João Pessoa, os diletos amigos Walter Albuquerque. Nerivaldo Lopes e D. Graça. Marízio Araújo. Walter Maia do Rego. Paulo Montenegro. Compadre amigo Virgílio Martins. Juliane Wanderley. De Brasília, me veio a mensagem do amigo Antonino Teles. Divina Melo, de São Paulo. Alessandra Câmara e Rosileide Brito, de Natal. Odineia Lira. Ricardo Madeira e Judd Catrine, de Manaus. Domingas Matos, de Piracuruca-Piauí. Do amigo José Saturnino, do Rio de Janeiro. De Cruzeiro do Sul - Acre veio a mensagem do amigo Silvestre Teles. De Boa Vista foram diversas homenagens amigas que recebi: Severo Ávila. Daniel Marques. Rogério Amaro. Cel. Pacheco. Adson Silva. Patrícia Melo. Juliana Rocha. Vitória Aguiar. Nara Peixoto. Jesus Nakai. Augusta Gomes. Haydée Abreu. Jussara Bednarczuk. Aline Rocha. Karoliny Oliveira. Socorro Costa. Luizanette Franco. Olavia Barreiros. Antônio Luiz. Minha linda afilhada Raminny Sarmento. Sei que outras pessoas me prestaram homenagens, mas a memória não acusa do momento, todavia, deixo aqui meu terno agradecimento.
                Que Deus abençoe a todos e a distinta família de cada um, com os votos perenes de muitas felicidades, paz espiritual e grandes realizações futuras. “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas.” (Atos 17.24).

Boa Vista – Roraima 31 de Agosto de 20015.

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Dr. Francisco de Assis Campos Saraiva
Membro da ALB e da ALLCHE
E-mail: ldalmada@hotmail.com











FRANCISCO DE ASSIS SARAIVA
É DECENTE ATÉ COM RAIVA



Há vinte e nove de agosto,
Trinta e sete, ano corrente,
Nasceu em Alto Longá
De um casal benevolente,
O pequenino Francisco
Enfrentando todo risco,
Pelo o atraso existente.

Seu nome foi escolhido
Com requinte de exigência,
Pois São Francisco de Assis
Deu início à sequência,
E daí só homem santo
Portador de muito encanto,
Até Papa de influência.
Francisco significa
Ternura, serenidade
E franqueza sem fraqueza,
Com responsabilidade,
Sobremodo afetuoso
E também harmonioso,
Defensor da liberdade.

Foram seus dignos Pais
Cantídio e Dona Marica,
Ela, honrada católica
Com aura bastante rica
Ele, bom comerciante
E político atuante,
Um casal que frutifica.
Aquele belo convívio
Durou apenas dez anos,
Para Cantídio Saraiva,
Deus fixou outros planos.
Levando-o para o céu
Por ser um servo fiel
Que não cometia enganos.

Porém, Marica Saraiva
Não se deixou abater,
Criou os seus três filhos
Com carinho e benquerer,
Educando-os com zelo
Sem cometer atropelo,
Foi Mãe e Pai pra valer.

Na criação dos sobrinhos
Marica se fez presente,
Filhos da irmã Adalgisa
Que morreu precocemente,
Era um poço de ternura,
Força e bastante bravura,
Uma mulher competente.

Os dois irmãos de Francisco
São Wolmário e Walmira,
Esta, gigante mulher,
Que sempre correto agira,
Sucedeu à genitora
Como excelente pastora
Que o longaense admira.

Wolmário, servidor público
De bastante coerência,
Walmira também o foi
De elevada competência,
Religiosidade pura,
Capacidade e ternura,
Uma mulher de excelência.

Ainda com pouco idade
Francisco era curioso,
Um menino inteligente,
Comportamento charmoso,
Sempre pensou no futuro
Que nem um homem maduro,
Bastante criterioso.



Na Escola Acrísio Veras
Fez o seu curso primário,
Ainda em Alto Longá
No rincão do seu berçário,
Concluindo-o em cinquenta
Mas ali não se contenta,
Procurando outro cenário.  

No ano de cinquenta cinco
Trabalhando em Fortaleza,
Na filial das Casas Novas
Para sua grande surpresa,
Encontrou-se com Pedrinho
Um excelente amiguinho,
Repleto de gentileza.

Pedrinho era seu colega
Do tempo de Teresina,
Antes de João Pessoa,
Na terra da cajuína,
Estudou no João Costa
Com atitude disposta
Cumprindo bem a sua sina.

Apresentou-se ao Exército
Por aviso de Pedrinho,
Também o colega Ermeudo
Seguiu o mesmo caminho,
Os três foram recrutados
E depois incorporados,
Sem precisar de padrinho.

Fez o Curso Ginasial
Na Capital João Pessoa,
No Estado da Paraíba,
E ao estudo se afeiçoa,
Em sessenta, concluindo
E para frente seguindo,
Cada dia se aperfeiçoa.

Na mesma João Pessoa,
Cursou o Colegial
Com término em sessenta e três
No Colégio Estadual,
E com elevado anímico
Fez Farmacêutico Bioquímico,
Na famosa federal.



No ano de sessenta e seis
Encontrou uma princesa,
Casou com Maria das Neves
Que lhe deu muita firmeza,
Uma paraibana nata,
Invejável diplomata,
Verdadeira consulesa.

A NEVINHA é companheira
Do mais polido quilate,
Decente dona de casa
No tema ninguém lhe bate,
Profissional de mão-cheia
Faz muito e não alardeia,
Vencendo qualquer combate.

Ao lado de um grande homem
Há uma mulher brilhante,
Sozinho não se faz nada
Precisa-se de ajudante,
Um homem que tem história
Repartirá sempre a glória
Com uma mulher gigante.

Fez Curso Superior
Em Estudos Sociais,
Também cursou história
Registrando nos anais,
É professora querida
E satisfeita da vida
Em todos memoriais.

Nascem cinco belos filhos
Deste consórcio sagrado,
Alecsandra, em primeiro,
Depois Ricardo adorado,
Adriana mais Andréia
Bem-queridas da plateia,
Com Ariádna, findado

Saraiva tem muitos cursos,
Ao estudo está atento,
Grande profissional
Sem qualquer abatimento,
Seja Parasitologia
Ou mesmo Imunologia,
Ele tem conhecimento.



Não fica só em sua área
Domina Sociologia,
Ciências em geral
E até Micologia,
Nossa Língua Portuguesa
Ele sabe, com certeza,
História e Geografia.

Faz aperfeiçoamento
Como medida constante,
Tem curso de toda espécie
É um cidadão brilhante,
Até mesmo em Radioquímica
Ou mesmo em Físico-Química
Detém domínio bastante.

E em Farmacodinâmica
Tem vasto conhecimento,
No tema Farmacognosia
Fez aperfeiçoamento,
Sem esquecer Bioquímica
E Microbiologia Clínica
Que tem bastante talento.

De Oficial Farmacêutico,
Fez Curso de Formação (1970),
Do Exército Brasileiro
Com muita dedicação,
Teve o primeiro lugar
Com Medalha a brilhar
Como grande galardão.

Participou de Congressos
Em quantidade expressiva,
Indo de Análises Clínicas
À Botânica Curativa,
Farmácia e Bioquímica
E de Patologia Clínica
Com atuação ativa.

E participou de estágios
Também nas áreas citadas,
Em Bioquímica Clínica
Com energias vigoradas,
E em Análises Clínicas
De abrangências policlínicas,
Com práticas apuradas.



Tem títulos tão merecidos
Que pra contar dá trabalho,
Na área de Análises Clínicas
Tem firmeza de carvalho,
Nos Amadores de Rádio
Brilhante que nem paládio;
No Rotary, tem agasalho.  

Seus diplomas são inúmeros
Com honras muito diversas,
Partindo do Norte ao Sul,
Sem existir controversas,
Um cidadão de destaque
Em liderança é um craque,
Mesmo em ações adversas.

Tem tanto certificado
Que só um bom contador
Poderá dar somatório
Sem manifestar temor,
Fez parte de tanto evento
Que só em lote de cento,
Poderá ter seu valor.  

Tem laços com entidades
Cultural e Científica,
Representação de Classe,
Dando ajuda magnífica,
Na profissão militar
E farmácia pra curar,
Detém atitude aurífica.

Já ganhou muitas Medalhas,
Teve Condecorações
Do Exército Brasileiro,
Em gigantes proporções,
Prestou Labor Relevante
Pois sempre foi atuante
Nas eleitas profissões

E na Área Cultural,
Sem esquecer da Esportiva
Tem prestação de serviços
Com presença bem ativa,
Rotariano dedicado
Já foi até diplomado
Com Presidência Altiva.

É grande empreendedor
E registrou a sua marca,
Em ímpar LABORATÓRIO,
Em Boa Vista, Comarca
Empresa LOBO D’ALMADA
Sobremaneira estimada,
É um sócio patriarca.

Tem muitas publicações
De diversos conteúdos,
Livros e vários artigos
De ensinamentos graúdos
É humana enciclopédia
Está acima da média
Não se envolve com miúdos.

Uma atividade física
É de importância tamanha,
Um suporte espiritual
É de remover montanha,
Com alimento adequado
Com tudo balanceado,
O nosso organismo ganha.

Faça parada por dia
Pra fazer reflexão,
Quer pra orar ou rezar
Ou mesmo meditação,
Pode ser relaxamento
Ou algum divertimento,
Segundo sua vocação.

Fiz este belo cordel
Inspirado por MARIA,
Pois para o Doutor SARAIVA
Sempre foi estrela guia,
Uma vida com sucesso
Labuta e muito progresso
Que obrigação não adia.

Querido Doutor SARAIVA
Cidadão de muita garra,
Este cordel é presente
Cantado como cigarra,
Por seus setenta e oito anos
Que não sofra desenganos,
Sem jamais forçar a barra.

Referências:
-Curriculum vitae do Dr. Francisco de Assis Campos Saraiva;


Artigo: CASA GRANDE E SENZALA: O NEGRO NA FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA



                                                                                                  Larissa Valcácer[1]

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo apresentar a obra Casa Grande e Senzala atentando-se para a figura do negro na América Portuguesa rural, patriarcalista e escravocrata. Gilberto Freyre por meio de uma abordagem inovadora valoriza o negro e mostra sua importância para a sociedade brasileira assim como evidencia as principais contribuições desses africanos para a formação da cultura brasileira.
PALAVRAS CHAVE: Casa Grande e Senzala, Gilberto Freyre, Negros, Cultura Brasileira.

ABSTRAT: This work Aims presente the Works Casa Grande e Senzala Paying attention q to figure the black in Portuguese America rural, Patriarchalist and slave. Gilberto Freyre throung na approach innovative values the black and shows its importance for Brazilian society as evidence of the main contributions these Africans to formation of Brazilian society.
KEYWORDS: Big house and Slaves, Gilberto Freyre, Black.





O CLÁSSICO CASA GRANDE E SENZALA

A obra Casa Grande e Senzala publicada em 1933, é um dos clássicos da historiografia brasileira. O sociólogo Gilberto Freyre apresenta a importância da Casa Grande e da Senzala na formação sociocultural, assim como analisa a formação da sociedade brasileira no contexto da miscigenação entre brancos, negros e índios. A obra escrita de forma clara e envolvente nos leva a mergulhar pelo período colonial da história do Brasil marcado por uma sociedade rural, patriarcal, e escravocrata. A família patriarcal é considerada a mola central do Brasil distinguindo a sociedade brasileira, sendo o sentido profundo da construção do país a matriz histórico- cultural ao redor da Casa Grande. Os cinco capítulos que compõe a obra retratam dos mais variados temas, entre eles podemos citar: A influência Portuguesa no Brasil, a formação hibrida da sociedade baseada em uma vida agrária e patriarcal, o processo de miscigenação por meio da descrição da alimentação, arquitetura, vida sexual, e religiosa, as motivações que levaram os portugueses a Expansão Marítima, a adaptação do português ao Brasil, a importância do índio e do negro, as várias influências da cultura negra no Brasil assim como sua valorização, entre outras abordagens importantes.
Casa Grande e Senzala é considerada uma obra de caráter histórico-social inovador pois apresenta uma perspectiva a frente dos parâmetros teóricos e metodológicos discutidos pelos precursores das ciências sociais no Brasil. Já na década de 30, Freyre antecipa muitos aspectos considerados renovadores pela “nova história” praticada na França em meados da década de 60. A cerca desses aspectos renovadores do autor que é perceptível na obra, podemos começar pela abordagem da vida cotidiana e íntima assim como o olhar para temas até então desprezados pelos pesquisadores da época. Temas como alimentação, habitação, vestuário, sexualidade, infância, história das mulheres, história do corpo, e estudo da cultura material são apenas alguns exemplos de objetos de estudo até então negligenciados.
A história da alimentação é um dos temas bastante recorrentes nas obras de Freyre. O autor em vários momentos elogia a culinária Pernambucana, e expõe vários tipos de comida ligando-as a valores como a hospitalidade, masculinidade e feminilidade, além disso retrata os tipos de dietas e insuficiências. Outros temas bastante evidenciados são a sexualidade e a infância. No que se refere a infância o autor apresentou bastante interesse, tanto que de quatro artigos por ele publicados para o diário de Pernambuco nos anos 20 tratavam das crianças incluindo seus livros e brinquedos. O olhar sobre a infância pode ser observado em Casa Grande com fragmentos que apresentam jogos e brinquedos de crianças brancas, negras e índias, seus estudos, e como no Brasil colonial meninos de dez anos eram mini adultos obrigados a se comportarem como gente grande. Sobre a sexualidade, Freyre aborda o clima de intoxicação sexual que marcou nosso passado colonial desde a chegada dos Portugueses. De forma despojada ele fala do erotismo entre índios, negros e portugueses, e das relações entre a sexualidade e a sociedade colonial.
Freyre inovou e avançou igualmente no esforço, coroado de êxito, de inserir o domínio da sexualidade na totalidade social produzindo reflexões maduras e fecundas, apesar de seus pouco mais de 30 anos, sobre as relações entre sexo, poder, família, religião, hierarquias sociais, sociabilidades, cotidiano, e para usar uma expressão hoje na moda, relações de gênero. (VAINFAS, 2014, p.285)

Por fim podemos traçar mais dois aspectos teóricos e metodológicos renovadores em Gilberto Freyre por meio de Casa Grande e Senzala e em sua produção como todo, são estes a abordagem Multidisciplinar e o uso de vastas fontes de pesquisa. O autor utilizou-se da contribuição de diferentes disciplinas e descreveu seus livros como contribuições a Sociologia, e a Antropologia. Em relação as fontes, Freyre recorreu a um âmbito extraordinariamente amplo. No prefácio a primeira edição da obra, o autor descreveu as fontes que pesquisou dentre elas: confissões e denúncias reunidas pela visitação do Santo oficio, cartas de sesmarias, testamentos, cartas e arquivos de família, livros e cadernos de modinhas, livros de receitas de bolo e doces, coleções de jornais, relatos, cantigas e contos do folclore rural, relatos de ex escravos, literaturas do romance brasileiro, entre outros. Muitas dessas fontes eram consideradas marginais no período em que o autor realizou sua pesquisa, no entanto, proporcionaram uma marca detalhada, abrangente e inovadora.
            Casa Grande e Senzala é uma obra de valor inquestionável para a análise do Brasil, revelando um painel instigante da formação da sociedade brasileira na época colonial. Apesar de tamanhas discussões relevantes, destaco a exposição do autor ao retratar os negros na sociedade colonial brasileira, algo que pretendo aprofundar principalmente no que se refere a sua importância, valorização e influências para a cultura brasileira.

O NEGRO EM CASA GRANDE E SENZALA

Gilberto Freyre ao longo do livro Casa Grande e Senzala faz referências constantes a figura dos negros na sociedade colonial brasileira. O autor reservou dois capítulos de sua obra, cujo título é “O escravo negro na vida sexual e de família do Brasileiro” para uma análise mais aprofundada desses povos que vieram do continente Africano abastecer a mão de obra necessária ao sistema econômico aqui implantado. A partir da análise do autor procurarei destacar e aprofundar dois aspectos constantes na obra, primeiramente a importância e valorização atribuída aos negros e depois procurarei destacar as influências e contribuições para a cultura brasileira.
Como dito anteriormente é perceptível a discussão do autor no que concerne a valorização que o mesmo atribui ao negro no Brasil. Freyre considera imensa a importância do negro, e o exalta em relação ao próprio ameríndio. Segundo ele, nada seria mais anticientífico do que falar da inferioridade dos negros em relação aos nativos, todos os traços da cultura material e moral revelavam os negros como povos mais adiantados em condições de concorrer melhor com os índios e até mesmo com os Portugueses. Para sustentar sua afirmativa, o autor nos mostra alguns aspectos que a justificam como a superioridade técnica e de cultura dos negros, a superioridade biológica e psíquica, e também a contribuição dos negros para a formação econômica e social.
Escrever que nem pelos artefatos, nem pela cultura dos vegetais, nem pela domesticação das espécies zoológicas, nem pela constituição da família ou das tribos, nem pelos conhecimentos astronômicos, nem pela criação da linguagem, e das lendas, eram os pretos superiores aos nossos silvícolas, é produzir uma afirmativa que virada pelo avesso é que dá certo. (FREIRE, 2006, p. 370.)
O negro apresentado na obra é extrovertido, alegre e adaptável. Filho dos trópicos, é integrado ao clima e as condições de vida brasileira. A adaptação a vida nos trópicos explica em parte terem sido na América Portuguesa os maiores e mais plásticos colaboradores dos brancos na obra de colonização agrária, assim como no processo civilizador no sentido Europeizante. Dessa forma, os negros aqui instalados diante da sua fertilidade para com as regiões quentes contribuíram consideravelmente ao sistema econômico, além disso serviram enquanto propagadores da cultura europeia ensinando muitos índios a língua Portuguesa e aspectos da religião católica.  Admitido esses aspectos o autor fala dos antecedentes e predisposições da cultura do africano como a dieta e o regime alimentar. No caso dos negros em comparação aos povos nativos do Brasil, tem-se que sua superioridade de eficiência econômica e eugênica podem ser atribuídos ao fato dos mesmos terem um regime alimentar bem mais equilibrado e rico do que os outros povos que não tinham a cultura da criação de gado e da plantação, vivendo como nômades.
Um outro aspecto importante que colabora a valorização dos negros a partir da obra, é a desmistificação do autor em relação as hipóteses relativas a inferioridade dos negros baseadas nas medições do peso e da estrutura dos cérebros, assim como pelas influencias climáticas e o regime alimentar que influíam no comportamento dos mesmos. Freyre ao falar das raças e das teorias biológicas, expõe que a inferioridade ou superioridade de raças pelo critério da forma do crânio já não tinha o mesmo crédito, o que contava eram as diferenças culturais que se construíam historicamente. Para ele, os negros em nada apresentavam traços de capacidade mental inferior aos brancos. Se havia diferenças, estas foram criadas pelas relações estabelecidas entre os homens com interação ao meio ambiente, clima, entre outros. “O que se sabe das diferenças da estrutura entre os crânios de brancos e negros não permite generalizações. Já houve quem observasse o fato de que alguns homens notáveis tem sido indivíduos de crânio pequeno, e autênticos idiotas, donos de crânios enormes” (FREIRE, 2006, p. 378.)
Dando continuidade aos argumentos de Freyre no que se refere a demostrar a importância dos negros vindos para o Brasil, podemos traçar o fato de que o autor refuta o mito do exclusivismo banto no Brasil, mostrando a variedade de negros vindos de diversas regiões da África e o benefício que a América Portuguesa teve no que se refere ao melhor da cultura negra. Nagôs, iorubas, hauçás, entre outras etnias teriam vindo ao Brasil e exercido um papel fundamental na formação cultural dos brasileiros. Sobre as características físicas, o autor coloca que os negros conhecidos por Fulas eram escravos de cor avermelhada, cabelos quase lisos, e nariz afilado, negros desse estoque eram considerados superiores aos demais. Além disso, teriam vindo ao Brasil um grande número de negros islamizados que sabiam ler e escrever. Esses negros conhecidos por Sudaneses eram de enorme proeminência intelectual e social, muitos eram bastante ativos tendo uma organização política bastante adiantada, literatura religiosa definida não podendo se conformar ao papel de manés- gostosos dos Portugueses muito menos água benta do batismo cristão que de repente apagaria neles o fogo maometano. O islamismo teria se ramificado de forma poderosa no Brasil por meio desses escravos mestres e pregadores, florescendo enquanto seita bastante poderosa no interior das senzalas. Diante de tamanhas características apresentadas por Freyre rebatendo a tese de que os negros vindos para cá eram meros objetos sem inteligência ou capacidade intelectual, o autor coloca que a superioridade dos negros do Brasil era evidente em comparação aos negros que atuaram enquanto mão de obra nos Estados Unidos.
Não há, porém, evidencia nenhuma de emigração africana para a América inglesa levando consigo fula-fulos, pelo menos na mesma proporção que para a América Portuguesa, nem representantes tão numerosos da cultura maometana. Esta só no Brasil desabrochou em escolas e casas de oração, em movimentos e organizações que acusam a presença de uma verdadeira elite malê entre os colonos africanos do nosso país. Parece que para as colônias inglesas o critério de importação de escravos da África foi quase exclusivamente o agrícola. O de energia bruta, animal, preferindo-se, portanto, o negro resistente, forte e barato. Para o Brasil a importação de Africanos fez-se atendendo-se a outras necessidades e interesses. Á falta de mulheres brancas, as necessidades de técnicas em trabalhos de metal, ao surgirem as minas. Duas poderosas forças de seleção. (FREIRE, 2006, p.388)

 Os negros importados para o Brasil teriam tido uma importante função civilizadora. Freyre aprofunda essa discussão e expõe que os escravos vindos de áreas adiantadas do continente Africano foram elementos ativos, criadores até pode-se dizer nobres na colonização do Brasil, degradados somente pela sua condição de escravos. Longe de terem sido apenas animais de tração e operários de enxada a serviço da agricultura, desempenhavam uma função civilizadora. Foram a mão direita da formação agraria brasileira sendo os índios e os Portugueses a mão esquerda. E não somente na agricultura mas também na mineração e na culinária a superioridade no negro mostrava-se evidente.
Os negros fugidos nas matas e nos Sertões, exerceram essa função civilizadora elevando a cultura das populações indígenas e raramente deixavam-se degradar por elas. Caboclos e negros, foram elementos europeizantes agentes de ligação com os Portugueses e a igreja. O Brasil não havia se limitado a recolher da África uma “lama” de gente preta para os canaviais e cafezais, ao contrário, vieram donas de casa para os seus colonos sem mulheres brancas, técnicos para abastecer as minas, negros conhecedores da criação de gado, comerciantes, mestres, sacerdotes, entre outros. A cultura brasileira segundo Freyre teria sido agraciada pela variedade de negros superiores aqui instalados que contagiaram e enriqueceram nossa cultura.
Um outro ponto bastante destacado no livro em relação aos negros é a sua condição de escravo, ou seja, o autor deixa claro que sempre que consideramos a influência do negro é a ação dos mesmos enquanto escravos e não a do negro por si. Como forma de exemplificação dessa atitude Freyre coloca que geralmente fala-se que a raça africana é cheia de luxurias, erotismo, depravação sexual e que as negras importadas teriam corrompido a vida sexual da sociedade brasileira. Para o autor isso não tinha fundamentos, o que explicava a depravação sexual no Brasil era o sistema escravista aqui instalado.
É absurdo responsabilizar-se o negro pelo que não foi obra sua nem do índio, mas do sistema social e econômico em que funcionaram passiva e mecanicamente. Não há escravidão sem depravação sexual. É da essência mesma do regime. Em primeiro lugar, o próprio interesse econômico favorece a depravação criando nos proprietários de homens imoderado desejo de possuir o maior número possível de crias. (FREIRE, 2006, p.399)

Ao contrário do que muitos pensavam o autor mostra que o sistema escravista propiciou a contaminação sexual no Brasil. Em seus argumentos na defesa dos negros diante dos preconceitos ele rebate a ideia de que a luxúria, a depravação sexual e o erotismo viessem de sua influência, pelo contrário, nas culturas africanas teria havido uma maior moderação sexual em relação aos europeus. Os negros haviam se sifilizado no Brasil e muitos senhores de engenho teriam contaminado uma massa de escravos nas senzalas coloniais. O autor argumenta que muitos senhores das casas grandes contaminaram as negras das senzalas, incluindo as negrinhas virgens de 12 e 13 anos. O interesse do homem branco era multiplicar o número de escravos, sendo a lubricidade brasileira atribuída por ele. Não era culpa do negro, visto que não há escravidão sem depravação. Os brancos teriam sido alvo de muitas ações violentas sobre o negro por meio de relações cruéis e cheias de maldade.
Não era portanto o negro o libertino, mas o escravo a serviço do interesse econômico e da ociosidade voluptuosa dos senhores. Não era a “raça inferior” a fonte de corrupção, mas o abuso de uma raça por outra. Abuso que implicava conforma-se a servil com os apetites da todo-poderosa. (FREIRE, 2006, p.402)

Diante de tantos exemplos citados, é possível notar que Gilberto Freyre inova ao retratar e expor o negro em Casa Grande e Senzala. O autor diferente de outros pesquisadores que qualificam os negros como meros coitados explorados pelo sistema escravista, o eleva a um patamar de Ser ativo e superior cujas qualidades são inegáveis e inquestionáveis. Dessa forma, podemos nos perguntar o Porquê de tamanhas defesas e importâncias atribuídas aos negros por meio da obra. Gilberto Freyre na verdade estava a todo instante procurando se opor as teses de inferioridade racial. Para isso o autor descreveu minuciosamente a variedade cultural africana, as vantagens dos escravos brasileiros em relação aos escravos americanos, a elevação cultural e intelectual desses escravos, entre outras questões já discutidas que não atribuíam aos negros os males do país e sim a um sistema social aqui implantado.
O livro Casa Grande e Senzala também contempla uma variedade de contribuições e influências dos negros para a sociedade brasileira. O autor coloca que todo brasileiro mesmo alvo e de cabelo loiro traz na alma e no corpo a sombra do indígena e do negro.
Na ternura, na mimica excessiva, no catolicismo em que se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer, ela própria amolengando na mão o bolo de comida. Da negra velha que nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da mulata que nos tirou o primeiro bicho-de pé de uma coceira tão boa. Da que nos iniciou no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da cama de vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo. (FREIRE, 2006, p .367)
Gilberto Freyre ao retratar as influências culturais dos negros africanos, (influências positivas) foi bastante revolucionário para a época, visto que a mesma era marcada por pregar a pureza, o branqueamento, e a europeização da raça. Freyre foi o primeiro a afirmar com todas as letras que a nossa miscigenação cultural e racial era um verdadeiro triunfo. Primeiramente podemos começar pelos contatos entre as amas de leite e seus nhonhôs, no qual o autor expõe que já nos contatos estabelecidos entre a mãe preta e esses meninos brancos havia ternura como de mãe para filho. Ao contrário do que muitos falavam que as amas de leite só transmitiam coisas ruins para os meninos brancos, o autor argumenta que as crianças recebiam dessas escravas muitos afagos de ternura e bondade, tendo o europeu sido humanizado pelo negro que era mais bondoso do que seu senhor e o enriqueceu por meio do seu contato.
As amas de leite ao cuidarem dos meninos brancos transmitiam inúmeros ensinamentos provenientes da cultura africana. No livro o autor expõe que essas escravas eram verdadeiras contadoras de história, as negras velhas contavam histórias mal assombradas, contos, histórias de bichos, entre outras que se juntavam as histórias portuguesas e que eram passadas a várias gerações. Baseado nessas histórias o autor conclui que o brasileiro é um povo místico que acredita no sobrenatural, e atribui a essas negras contadoras de histórias em parte a construção desse imaginário. Elas também foram responsáveis pelo amolecimento da linguagem infantil. Pronunciadas de forma dura pelos portugueses, algumas palavras pronunciadas no Brasil eram amaciadas pela influência da boca africana. Palavras até hoje utilizadas em nosso vocabulário como cacá, pipi, bumbum, neném, tatá, dindinho, e mimi são alguns exemplos. Freyre nos mostra também que não somente a linguagem infantil mas também a linguagem séria sofreu muitas modificação por meio essa espécie de “amolecimento” provocada pelo contato do senhor com o escravo. Dentre as palavras de origem africana que ainda hoje estão enraizadas em nossa cultura por meio da influência dos negros tem-se: cafuné, dengo, mandinga, caçula, bunda, vatapá, catinga, mucama, mocotó, entre outras.
Um outro traço importante e bastante enfatizado na obra a partir da infiltração da cultura negra na vida do brasileiro é a culinária. Os negros foram povos que dominaram a cozinha colonial enriquecendo-a com inúmeros sabores novos. Muitos pratos hoje conhecidos em nossa culinária atual possuem raízes negras e são mostrados na obra, alimentos pura ou predominantemente africanos.
No regime alimentar brasileiro a contribuição africana afirmou-se principalmente pela introdução do azeite de dendê e da pimenta malagueta, tão característicos da cozinha baiana; pela introdução do quiabo, pelo maior uso da banana, pela grande variedade na maneira de preparar a galinha e o peixe. Várias comidas portuguesas ou indígenas foram no Brasil modificadas pela condimentação ou pela técnica culinária do negro, alguns dos pratos mais caracteristicamente brasileiros são de técnica africana: a farofa, o quibebe, o vatapá. (FREIRE, 2006, p. 544)
Dessa forma podemos concluir que Gilberto Freyre soube como ninguém reconhecer e salientar a importância da cultura africana para a formação social brasileira. A contribuição dos negros é para o autor muito além do esforço físico. Os africanos aqui na América Portuguesa deram fundamentais contribuições culturais ao povo brasileiro, como por meio das técnicas, do vestuário, da música, da fala, alimentação, práticas artesanais, medicinais e religiosas, entre outros.
O livro Casa Grande e Senzala traz um panorama geral sobre o Brasil colonial patriarcalista e nos faz refletir sobre o “ser” brasileiro. Gilberto Freyre recebeu e até hoje recebe inúmeras críticas de conservador, idealizador do patriarcalismo, autor imaginativo, entre outras que em nada diminuíram o seu reconhecimento fora do Brasil e o valor inestimável de suas obras. Pelo contrário, Freyre é aclamado no exterior como inovador e respeitado nos vários círculos de intelectualidade sendo Casa Grande e Senzala uma obra com inúmeras edições o que comprova a importância dos estudos e pesquisas feitas pelo autor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BURKE, Peter. Gilberto Freyre e a nova história. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 9(2): 1-12, outubro de 1997.
CARDOSO, Fernando Henrique. Pensadores que inventaram o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
FREYRE, Gilberto. Casa grande e Senzala: a formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global, 2006.
VAINFAS, Ronaldo. Casa Grande erótica: a sexualidade na obra prima de Gilberto Freyre. In: CARVALHO, Fábio Almeida de; EUGÊNIO, João Kennedy, orgs. Interpretações do Brasil. Rio de Janeiro: E-papers, 2014, p. 285-300





[1] Graduanda do sétimo período do curso de Licenciatura Plena em História da UFPI, bolsista PET. Artigo orientado pela professora Maryneves Arêa Leão, disciplina: Cultura afro-brasileira 2015,1